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quarta-feira, 29 de abril de 2009

ZIZI POSSI


Maria Izildinha Possi (São Paulo, 28 de março de 1956), mais conhecida como Zizi Possi.
Paulistana do bairro do Brás, típico reduto de imigrantes italianos, estudou piano e canto na infância e mudou-se para Salvador aos dezessete anos, onde estudou composição e regência. Após dois anos de curso, abandonou a faculdade e fez teatro com o irmão, o diretor musical José Possi Neto, na mesma época em que participou da montagem do musical Marilyn Miranda. Em um projeto para a prefeitura soteropolitana, trabalhou como musicóloga para crianças — filhos de prostitutas no Pelourinho —, gravou jingles comerciais e participou de especiais da televisão local, além de trabalhar como tradutora, transferindo-se posteriormente para o Rio de Janeiro.
A convite do então diretor artístico Roberto Menescal, Zizi assinou contrato com a gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), que lançaria quase todos os discos. O primeiro LP gravado foi Flor do Mal (1978) e o primeiro grande sucesso foi a canção Pedaço de Mim, gravada para um disco de Chico Buarque, autor da canção, que também dá título ao segundo álbum, datado de 1979, no qual outras duas canções se destacariam: Nunca e Luz e mistério.
Paralelamente ao lançamento do disco e espetáculo Um Minuto Além (1981), ganhou o primeiro prêmio, de cantora-revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Dê um Rolê (1984) e Amor e Música (1987). Os discos nesta época tinham uma linha mais comercial, principalmente de canções para trilha sonora de telenovelas e atendendo a tendências mercadológicas.
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Zizi integrou o grupo seleto de intérpretes que viajaram o país apresentando o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma platéia de mais de duzentas mil pessoas. Zizi interpretou a canção-tema O Grande Circo Místico, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Em 1989 lançou aquele que é considerado por muitos, inclusive pela própria Zizi, como um dos melhores discos: Estrebucha Baby — trabalho que marcou o afastamento do padrão comercial radiofônico da época, recebido com frieza e que foi um fracasso comercial. Neste disco também se definiu a saída da gravadora (cujo diretor artístico na época, hoje dono de padaria, a demite por não vender discos o suficiente), o fim do casamento e o retorno à cidade natal.
O espetáculo temático Sobre Todas as Coisas permaneceu em cartaz por dois anos e o repertório deste reunia canções consagradas entre outras do repertório do disco anterior. O grande sucesso deste acabou por originar o álbum homônimo, lançado em 1991 pela pequena gravadora Eldorado, em formato acústico, acompanhada por Marcos Suzano (percussão), o multiinstrumentista Lui Coimbra (violoncelo, alternando-se com violão e charango), Jether Garotti Júnior e as participações especiais de Alex Meireles e Pier Francesco Maestrini (piano). Esta idéia soou como inusitada, surpreendente e inovadora à época.
O CD, relançado em 2006 com uma tiragem limitada de mil cópias, foi um sucesso instantâneo - apesar de não veiculado pela imprensa, pois representou, esteticamente, uma mudança radical e vendeu mais que os discos que ela fizera até então. De quebra, concorrendo com Marisa Monte e Leny Andrade, por esse álbum Zizi ganhou dois prêmios: o extinto Prêmio Sharp (atual Prêmio Tim de Música) e pela APCA, de melhor cantora e melhor CD de MPB em 1991. Sobre Todas as Coisas foi reconhecido posteriormente como um divisor de águas na carreira. Devido ao afastamento da linha comercial e a transferência para essa gravadora independente onde conquistou maior liberdade na escolha do repertório, os trabalhos estavam desacreditados e com baixa expectativa de venda, mas a vendagem surpreendeu e o disco foi muito elogiado pela crítica especializada, onde explorou influências mais densas e teatrais, enquanto o subseqüente era mais leve e jazzístico.
O segundo trabalho nesse caminho foi Valsa Brasileira (1993), lançado desta vez pela independente Velas, fundada por Ivan Lins e o parceiro Vítor Martins. O repertório trouxe regravações de canções pouco conhecidas de compositores consagrados, com destaque para a faixa-título, de autoria da dupla Chico Buarque e Edu Lobo, tal como fizera com a faixa-título do trabalho anterior, também da dupla de compositores. A partir de então, ambas as canções seriam regravadas em voga por toda a MPB.
Com este álbum, que simulou uma incursão pelos arranjos eletrônicos, Zizi ganhou novamente o Prêmio Sharp de melhor disco de MPB, entrando no rol das grandes cantoras deste gênero. Valsa Brasileira também foi muito elogiado pela crítica especializada, devido ao repertório seletivo, cuidados técnicos e arranjos apurados. O espetáculo originado deste disco também obteve relevante sucesso, fugindo ao padrão mercadológico vigente.
A última obra da trilogia acústica é Mais Simples (1996), que marca o retorno à mesma gravadora multinacional da qual havia saído sete anos antes e o repertório apresentava canções consagradas e pouco conhecidas da MPB e do samba entre outras canções inéditas de compositores novatos e pouco conhecidos. O sucesso de vendagem voltaria quando do lançamento da primeira produção totalmente em uma língua estrangeira, Per Amore (1997), no qual interpretou clássicos da música italiana e garantiu à cantora um disco de ouro, um de platina e um duplo de platina. O maior sucesso do disco foi a faixa-título, originalmente gravada pelo tenor italiano Andrea Bocelli, que fez parte da trilha sonora da novela Por Amor, de Manoel Carlos, impulsionando o repertório, composto basicamente de canções napolitanas pouco comerciais. A idéia da gravação surgiu da comemoração das bodas de ouro dos pais, naquele mesmo ano — e também por ser neta de italianos.
Nessa época, Zizi presenciou a maior diversificação de presenças de gerações nos espetáculos. Recebeu ainda o Troféu Imprensa, na categoria Melhor Cantora do Ano. Prosseguiu com o segundo álbum em italiano, Passione (1998), considerado a continuação do anterior, que lhe garantiu novamente um disco de ouro e de platina. A retomada do repertório brasileiro se deu no álbum subseqüente: Puro Prazer (1999), no qual concretizou um antigo projeto de gravar voz e piano. Tendo como destaque a gravação de Disparada e concorrendo com a artista argentina Mercedes Sosa, uma das cantoras que maior influência exerceu na carreira, Zizi desta vez perdeu o prêmio Grammy Latino, em três categorias, para a colombiana Shakira. O repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas inéditas na voz, comemorando os dez anos de parceria entre a cantora e o pianista Jetther Garotti Júnior.
Em 2001, a fórmula dá sinais de cansaço. A pedido de Marcelo Castelo Branco, presidente da Universal Music, lançou Bossa, onde recriou canções nacionais e internacionais, de outros gêneros neste estilo. O disco foi um fracasso comercial e era um pretexto mercadológico da gravadora — cujo título, apesar de remeter à bossa nova, pouco ou nada tinha a ver com o movimento. Isso causou uma crise particular com a gravadora, muito alerdeada na imprensa, o que levou a cantora a desistir definitivamente de longos contratos com gravadoras. Em decorrência de problemas pessoais, Zizi entra em um processo de depressão, que dura aproximadamente três anos.
Em 2002, a Universal Music lançou a caixa tripla Três vezes Zizi, trazendo os discos em italiano e ainda Puro Prazer, devido ao total de um milhão de cópias que os três venderam em conjunto. Nesse mesmo ano, a gravadora relançou os discos gravados na primeira fase, através da série Tudo e foi premiada na Itália em 2003 no Prêmio Carosone Internazionale. O retorno à mídia se deu com o lançamento daquele que foi o trabalho mais recente da carreira: Para Inglês ver e Ouvir (2005) que contém clássicos da música internacional, norte-americana e inglesa. O projeto, surgido através do repertório preparado pela cantora para atender ao convite da respeitada casa paulistana de espetáculos noturnos Bourbon Street, foi gravado no Teatro Frei Caneca, também em São Paulo. Entre os méritos este conta ser o primeiro disco ao vivo lançado em 27 anos de carreira, o primeiro em inglês e o segundo DVD lançado, após Per Amore (originalmente lançado em VHS em 1998).
Ao longo da carreira Zizi se consagrou como cantora popular através dos sucessos como: Nunca, Luz e mistério, Meu amigo meu herói, Caminhos do sol, Engraçadinha, Eu velejava em você, O amor vem pra cada um, Dê um rolê, Luiza, Perigo, Esquece e vem, Noite, A paz e principalmente Asa morena. Esta última, do disco homônimo lançado em 1982, foi um sucesso radiofônico e comercial.
Ex-mulher do produtor musical Líber Gadelha (fundador da gravadora independente Indie Records em 1997) é mãe da cantora Luiza Possi, nascida em 26 de junho de 1984 na capital fluminense.

5 comentários:

♥♥♥♥♥ Jennifer™® ♥♥♥♥♥ disse...

your blog is feel good

tollen disse...

Olá amigo,

também curto muito MPB, mas nunca fui muito fã de Zizi Possi. Confesso que não consigo achar nenhum diferencial nela.. apenas uma cantora que canta muito bem, e que já interpretou ótimas músicas..

Dree disse...

Não é sempre que escuto Zizi. Mas gosto, aprendi com a minha mãe.

Vanessa Lee disse...

Aqui em casa tem um cd dela que as vezes ouço.


http://lasanhadeabobrinha.blogspot.com/

JuANiTo disse...

Não é das minha preferidas..aliás nuca me chamou atenção mas como gosta muito de música vou parar pra conhecer o trabalho dela!